5.1.10

Mad Men em DVD


Finalmente assisti a serie Mad Men, sobre uma agência de publicidade fictícia - Sterling & Cooper - no início dos anos 60, na Madison Avenue, rua das agências em Nova York. Tinha visto alguns videos promocionais, a abertura inspirada no Saul Bass, mas nenhum capítulo até este lançamento da primeira temporada em DVD, que estava disponível na locadora perto de casa.

Até então a última série retratando a profissão que assisti era A Feiticeira (Bewitched), onde uma bruxa atraente era casada com um publicitário. O personagem trabalhava como redator na agência Mc Mann & Tate, não sei se ficava na Madison, mas como em Mad Men ele tb morava no subúrbio e pegava o trem usando chapéu e paletó.

CUIDADO, O TEXTO ABAIXO PODE TER REVELAÇÕES SOBRE O ENREDO (SPOILER)

A série me surpreendeu, com algumas histórias que parecem lendas do mercado de lá, como reuniões precedidas de vômitos, chefes de meia pelos corredores, encenações com office boys para impressionar futuros clientes, etc. Qdo trabalhava na DPZ, mais de 15 anos atrás, tb ouvia muitas lendas e histórias dos anos 70 e 80, com situações e profissionais (e figurões) folclóricos da publicidade brazuca. Voltando a série, abaixo algumas frases engraçadas que ouvi pelos episódios:
- A maior oportunidade da publicidade desde os cereais matinais
- Genial foi a invenção do 99 centavos
- A melhor idéia do varejo desde o pague 1 e leve 2
As situações envolvendo bebidas e cigarro são exageradas e divertidas, grávidas, médicos, garçons, todo mundo fuma toda hora, inclusive em exames ginecológicos. Um dos clientes é o Lucky Strike e a série mostra a crescente regulamentação e restrição a publicidade do setor. Na agência, os profissionais tem um bar em cada sala e comemoram brindando qq reunião bem sucedida. Parece até uma jogada de mestre pensada para product placement e merchandising de vodka e brandy.

Como publicitário a gente estuda a revolução criativa iniciada pela DDB, cuja campanha para a Volkswagen e a menção ao fundador David Bernbach aparece em alguns episódios desta primeira temporada. A DDB inventou a dupla de criação, juntando redatores e diretores de arte e as mensagens diretas, bem humoradas e sinceras. No seriado a gente acompanha outro ponto de vista, das agências que foram surpreendidas pelo novo estilo de trabalho. Tanto que a Sterling & Cooper fica do lado do Nixon contra Kenedy e o departamento de arte só aparece depois de alguns episódios e é retratado como um porão apertado e em algum canto obscuro da agência, quando os layoutmen tb são revelados, já que até então apenas o diretor do departamento aparecia.

Comentando com o Rogerio Schneider, redator aqui da 141 e estudioso do mercado, ele lembrou que em NY naquela época o italianos trabalhavam na arte e a DDB foi a primeira a quebrar esta regra tendo um redator desta etnia. Alias, sexismo e racismo estão expostos de maneira flagrante em todos os episódios, os profissionais da agência são wasp (white anglo saxon protestant) estereotipados, mesmo que nem todos os clientes tb sejam.

Outra cena engraçada, que por incrível que pareça deve valer até hoje:
Redator: Agora que vc já trabalha há mais de uma semana aqui na agência deve saber como as coisas funcionam, não?
Secretária novata: Sim, já entendi. Vcs redatores mandam no pessoal da arte e o atendimento mandam em vcs redatores.
Redator: Claro que não! A única pessoa que manda na gente é o diretor de criação, Dan Drapper.
Na Tv por assinatura a série vai para a terceira temporada, e segundo Caio Costa no Blogcitário a segunda estreou aqui em fevereiro: Segunda temporada de Mad Men na HBO.

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