Governo 2.0
O Brasil já é exemplo mundial no uso da tecnologia.
Em 2011 a personalidade do ano escolhida para a capa da Revista Time é representada por um anônimo simbolizando todos os ativistas e manifestantes que tomaram as ruas e avenidas em todo o mundo, seja marchando contra ditadores nos países árabes ou ocupando praças contra os efeitos da crise financeira em Madri e Nova York.
Mobilizados pelas redes sociais, com celulares e cartazes nas mãos, máscaras de personagens de história em quadrinhos e barracas de acampamento, materializaram uma força e um poder de organização e exercício da democracia nunca antes visto.
Neste cenário os governos, empresas públicas e instituições, devem estar preparados para conviver com este novo cidadão, que utiliza com sabedoria e agilidade os novos instrumentos de participação, relacionamento e comunicação. E, como resultado de um processo, que caminha junto com a popularização das tecnologias de acesso à internet e mobilidade, a incorporação de novos canais de atendimento ao cidadão já vem acontecendo.
Transparência, prestação de contas, atendimento, consultas públicas, orientações, serviços, tudo isto pode ser incorporado na presença online do governo, inclusive nas redes sociais. O Brasil já é exemplo mundial no uso da tecnologia no processo eleitoral e tributário; na saúde, o governo fez bom uso das redes sociais em campanhas de esclarecimento contra epidemias como a gripe suína, minimizando o risco de boatos e informações errôneas circulando via internet.
No mundo, exemplos como a constituinte na Islândia, que permitiu participações via Facebook e o monitoramento de dados feito pelo Google através do Flu Trends e Dengue Trends disponíveis para o público e autoridades servem de exemplos para um governo eletrônico 2.0. Para evitar abusos e temores com relação à privacidade, segurança e vigilância, a legislação existente deve ser seguida com rigor e servir como proteção do cidadão.
Voltando à capa da Time, a figura de lenço no rosto pode parecer assustadora, mas é apenas um dos avatares que o novo cidadão, eleitor e consumidor, pode incorporar com rapidez e facilidade, exercendo seus direitos e deveres quando e como quiser. Por ele, com ele e para ele o governo e as instituições devem atuar, seja no balcão de uma repartição pública, em um portal na internet ou em uma tela de celular.
Luciana Garcia, diretora executiva e Wagner Tamanaha, diretor de mídias sociais da Plano Digital.
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