Notícia aqui no Yahoo! Tecnologia citou o lançamento do site Rio Body Count, criado no começo do mês pelo analista de sistema Vinicius Costa e pelo cartunista André Dahmer. Inspirado no site Iraq Body Count (em ingês), que contabiliza o número de civis mortos na intervenção militar americana no Iraque, o site carioca também pretende fazer esse levantamento, mas em um cenário onde a guerra não foi declarada, nem existem exércitos ou invasores formais. A idéia ganhou repercussão mundial, André, que também mantém o site Os Malvados, conta em seu blog que recebeu correspondentes da imprensa estrangeira e cita algumas matérias que foram publicadas pelo mundo, eu vi que o famoso blog Boing Boing (em inglês) também replicou a notícia.
Uma outra iniciativa, cuja idéia inicial não tinha nenhuma pretensão ativista ou de denúncia, acabou tendo um resultado parecido. O site Profiles de Gente Morta, derivado de uma comunidade no Orkut com o mesmo nome, reúne links para os perfis de pessoas falecidas, que fizeram parte deste serviço bastante popular no Brasil. Não por acaso, grande parte da causa das mortes é assassinato, não sei se são a maioria, já que acidentes de trânsito também aparecem com peso. Por funcionar dentro de uma rede social, comentada aqui antes e que possui características de comunidade e relacionamento, acaba revelando que atrás destes números existiram rostos e diferentes histórias de vida.
Como não podia deixar de citar, a recente atrocidade com o menino João Hélio, arrastado fora do carro depois de um assalto, comoveu e uniu todo o país. Casos como estes acabam virando símbolos na luta por justiça e paz, incentivando manifestações e troca de mensagens por email, como relatou esta matéria no site do jornal O Globo. Apesar da impressão transmitida pela mídia de que no Brasil as vítimas da violência urbana são na maioria assassinados por criminosos, existe grande chance de que a repressão e as forças políciais também colaboram para aumentar o quadro. Chacinas e execuções viraram rotina também, não ganham mais manchetes mas infelizmente as fatalidades resultantes entram na mesma estatística.
Sei que já escrevi sobre temas trágicos aqui, como em Karoshi (morte por excesso de trabalho) no Brasil, mas não queria terminar esta nota de forma pessimista, por isso vale lembrar o conto de Natal carioca que a colunista de tecnologia Cora Rónai publicou em seu blog ano passado, segundo ela, foi uma "história (real) de uma garota, um assaltante e um policial, e o final é feliz".
Post originalmente publicado no Yahoo! Tecnologia
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