Nota no Estadão - Fundo terá usina de etanol no Maranhão - o publicada dia 01/12/2007 conta do anúncio feito pela companhia americana Comanche Clean Energy de que pretende investir US$ 300 milhões em usinas de biocombustíveis naquele estado. Brasil e EUA são os países líderes na produção de combustivel vegetal, fato que comentei aqui antes na coluna A Visita do Bush, sendo que nos EUA a produção tem como base cereais, principalmente o milho. Outra matéria do Estadão - Etanol Aproxima EUA e Brasil - publicada no começo do ano (11/02/2007), fez uma lista dos investimentos conjuntos e revelava que ambos países controlavam, na época, 70% da produção de álcool com 37 bilhões de litros por ano. Dos vários investimentos estrangeiros a reportagem citou a compra da Usina São Carlos em Jaboticabal/SP pelo grupo francês Louis Dreyfus em 2004, a compra da Destivale em Araçatuba pela Franco Brasileira de Açúcar associada à Cosan. Em 2006, a compra da Usinave (Naviraí/MS), Cridase (Pedro Canário/ES) e Alcana (Nanuque/MG) pela Infinity Bio-Energy (empresa financiada por fundos europeus) e a visita de Larry Page e Sergey Brin (criadores do Google) à usina da Cosan em Piracicaba/SP em janeiro daquele ano. Em 2007, a compra da Usina Petribu Paulista (Sebastianópolis do Sul/SP) pelo Noble Group de Cingapura.
Outra matéria, desta vez publicada na versão em português do Wall Street Journal em 22/06/2007 - Estratégia da ADM para o Álcool pode Incluir Compra da Cosan e Outras Usinas - falava dos possíveis planos da maior produtora de álcool combustível dos EUA, a Archer-Daniels-Midland (ADM), sediada em Decatur, Illinois. O jornal entrevistou Steven Mills, diretor de estratégia da ADM, que revelou interesse na maior exportadora brasileira de açúcar e álcool (negociada na Bovespa sob a sigla CSAN) e usinas como Nova América e Santa Elisa. A reportagem cita também concorrentes europeus e indianos, como Tereos (Franca), Cargill (EUA) e até mesmo a aliança Petrobrás com a Mitsui (Japao). Em seguida, novamente no Estadão - Goldman Sachs Entra no Etanol - publicada em 27/07/2007, uma nota conta do lançamento do Grupo Santelisa Vale S.A. Fruto da união da Companhia Energética Santa Elisa e a Companhia Açucareira Vale do Rosário, a nova empresa nasceu com a participação do banco mundial em 15% do capital. O Banco Goldman Sachs também e sócio da Crystalserv, empresa que tem acordo com a Dow Chemical para produzir plástico a partir do etanol, técnica que comentei aqui na coluna Plástico da Cana meses atrás.
Na Folha de São Paulo, a matéria - Forbes Investe U$ 400 mi no Álcool (para assinantes) - publicada em 30/06/2007, fala de outro subterfúgio da indústria, utilizar a América Central como intermediário da exportação do álcool para os EUA. Como os países do Caribe são beneficiados pelo acordo de livre comércio (Cafta) o grupo americano Forbes pretende montar uma usina de cana-de-açúcar na República Dominicana com tecnologia brasileira, além disso a usina também vai transformar o álcool hidratado comprado do Brasil em anidro (que pode ser misturado à gasolina). A construção da usina será feita por um consórcio de 10 empresas brasileiras lideradas pela Proeng de Jaboticabal/SP e segundo a Folha, foi anunciada em Ribeirão Preto/SP pelo próprio CEO da Forbes, Lucien Edward Forbes, em português fluente.
Publicado originalmente no Yahoo! Tecnologia.
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