18.4.08

Energia da laranja, mandioca, murumuru, etc

Nota no Estadão - Cutrale Deve Produzir Etanol de Laranja na Flórida - publicada dia 07/02/2008, conta dos planos da maior produtora mundial de suco de laranja para produzir combustível a partir de restos do processamento da fruta. Apesar da empresa Cutrale ter origem brasileira, a experiência vai ser iniciada na usina-piloto em Auburndale, nos EUA, resultado da parceria do braço americano da empresa, Cutrale Citrus Juice, e a Southeast Biofuels LCC, subsidiaria da Xethanol. O projeto vai aproveitar a casca e o bagaço da laranja e prevê a produção de 30,3 milhões de litros por ano, fabricados a partir de 800 mil toneladas de resíduos.

Lembro que o jornal Valor publicou em 14/12/2006 a matéria Hedesa Desenvolve Nova Tecnologia (para assinantes) onde revelou que a empresa goiana tinha patenteado um catalisador que transformava resíduos e restos de frutas do cerrado para produção de combustível. Inventado pelo pesquisador e professor de química Camilo Machado, o processo termo-catalítico permite reciclar plásticos, pneus, óleo lubrificante usados e frutos como o murumuru, utilizado na indústria alimenticia. Funcionando a temperaturas mais baixas que o processo tradicional de Fluid Catalitic Cracking (FCC), a técnica da empresa permite o refino de hidrocarbonetos a 400 graus, dependendo da matéria prima. A Hedesa, fundada em 2003, na época da reportagem tinha unidades em Aparecida de Goiânia/GO e Rio Branco/AC e investia na nova sede no Distrito Agroindustrial de Anápolis/GO (Daia), segundo seu diretor presidente José Henrique Assis de Sá.

Ainda no jornal Valor, outra matéria - Mandioca Avança em Terreno da Cana e Também Aproveita a Onda do Etanol - publicada em 20/03/2007, fala de investimentos de R$ 30 milhões em 2 destilarias para produção de combustível a partir dessa raiz, muito popular na nossa alimentação. Um projeto idealizado pelo empresário pernambucano José Pedro da Silva Filho com apoio de capital japonês, pretendia construir uma usina em Nazaré da Mata/PE. José Pedro declarou que desenvolve uma tecnologia própria para a produção de álcool de mandioca desde 2002.

Outra destilaria de mandioca seria construída em Palmital/SP, pela Halotek Fedel, industria produtora de amido comandada por Antonio Donizetti Fadel, tambem integrante da Associação brasileira dos Produtores de Amido da Mandioca (Abam). A usina de Palmital foi adquirida da Tailândia, país que segundo Antonio produz 25 milhões de toneladas de mandioca por ano e já utiliza metade da produção para transformar em álcool. Segundo a matéria, o Brasil já possuia 2 destilarias de álcool a base de mandioca, criadas na década de 70, uma delas pertencente a Agroindustrial Tarumã, na cidade paulista de mesmo nome. Segundo Jonas Vieira, um dos sócios, a produção nacional total estaria em torno de 15 milhões de litros. Sobre outros usos da raiz, já tinha escrito aqui a coluna Plástico da Mandioca.

Mesmo na produção de álcool de cana se utiliza o bagaço para gerar eletricidade a partir da queima dos resíduos. Reportagem na Folha - Bagaço de Cana Deve Crescer 50% (para assinantes) - publicada em 07/02/3008, fala da expansão desta fonte de energia também produzida nas usinas. No mesmo jornal, a nota Usina Apostou em Energia na Década de 80 (para assinantes), conta a trajetória da Usina São Francisco (dona da marca Native Orgânicos), em Sertãozinho/SP, que interligou-se ao sistema de energia elétrica da CPFL em 1987, hoje produz 7MW e vende o excedente de 3 MW ao mercado. Outra usina, a Companhia Energética Santa Elisa, na mesma cidade, começou a vender a sobra de energia em 1994 e atualmente comercializa 95 MW ao ano.


Publicado originalmente no Yahoo! Tecnologia.

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